18 junho, 2010

Álbum de figurinhas da Copa fortalece relações humanas

Álbum de figurinhas da Copa fortalece relações humanas O passatempo promove a interação e a troca de experiências entre as pessoas
Alguém já ouviu falar que álbum de figurinha é assunto de criança? Ou melhor, era! Pois o público que anda por aí trocando figurinhas do álbum da Copa do Mundo da África do Sul é de todas as idades.
A atividade, que virou febre nacional, permite conhecer melhor os jogadores, as seleções, os estádios, e claro, interagir com um número muito maior de pessoas, porque a graça toda está em trocar as figurinhas e depois exibir o álbum completo.
A psicóloga esportiva, Carla di Pierro, explica que o hobby "é totalmente favorável, principalmente na sociedade atual em que prevalece o individualismo. Qualquer situação que promova a interação e a troca de experiências entre as pessoas é sempre muito bem-vinda. É uma atividade que fortalece os relacionamentos que já existem e criam novas redes para quem tem poucas relações", explica a especialista.
Quem é apaixonado por futebol usa o álbum para descobrir tudo sobre a Copa. A estudante Sabrina Cúnico, de 24 anos, sempre gostou de coleção e não poderia perder a deste ano. "Eu gosto muito de futebol, então, pra mim, é uma forma de conhecer mais os principais jogadores que atuam no momento", conta ela.
As relações humanas também saem ganhando com o escambo. "Trocar figurinha é um ótimo exercício, porque o que mais falta hoje em dia entre as pessoas é relacionamento e conversa, mesmo que seja por um curto momento, mas a troca traz isso de volta", diz o assistente de marketing André Ventorin, de 21 anos.
André conta que pegou gosto pelo álbum com o pai, Domingos José, desde a infância. Para o funcionário público, de 53 anos, a diversão é garantida para as duas partes. "É uma maneira de crianças desvendarem um mundo desconhecido, divertido. E dos adultos retrocederem a esta etapa tão significativa da infância. Enfim, de todos se divertirem, aprendendo", explica Domingos.
Alberto Octaviano Junior também sente a maior alegria de entrar em casa e receber a ajuda da filha pequena para colar as figurinhas. A esposa colabora comprando os pacotes.
O tecnólogo da cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, está adorando reviver os tempos de infância. "Uns dizem que é passatempo só para os filhos, outros tem vergonha de falar que é para si próprio, mas, mesmo assim, passam por barreiras sociais para se incluírem nessa onda. Para mim, é prazeroso. Estou colecionando, independente do que falem. Acredito que o mundo deveria ter mais motivos como esses para as pessoas ser reunirem em torno de algo bom", revela.
Sem companhia em casa, o administrador de empresas Bruno Gama, de 29 anos, lamenta não ter com quem compartilhar o hobby, pois a esposa não participa e o casal ainda não tem filhos. "Seria legal ter um guri para dividir este momento, mas acabo fazendo isso com os colegas do trabalho", diz o carioca.
Não é fácil driblar a ansiedade Os colecionadores de álbum são, sobretudo, extremamente zelosos. Existe todo um cuidado para não rasgar. E, quando a figurinha do jogador que falta estiver dentro do pacotinho, a emoção é praticamente como a de marcar um golaço. Jean Cláudio Aguiar que o diga. "Antes de completar o álbum, a melhor parte é tirar os cromos faltantes nos pacotes. Quando termina, o álbum vai pra junto dos outros completos. Sempre que posso dou uma olhada neles", conta o gaúcho, de 29 anos Ele coleciona álbuns dos mais variados campeonatos de futebol desde 1990. De lá pra cá, já perdeu a conta do tamanho da pilha. Chegou até a receber uma proposta pela coleção, mas não topou. "Já escutei algumas pessoas me dizendo que não tenho idade pra isso, mas não me importo não. Pra pessoas que adoram futebol como eu, não existe terapia melhor. É muito divertido colecionar?" relata o vendedor da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Divirta-se barganhando Para completar a coleção, vale tudo. Tem figurinha que vale por quatro e vale até fazer negócio às cegas: pacote aberto por um pacote lacrado. Quando não restar mais alternativa, a solução é comprar na editora mesmo, pelo correio. Táticas não faltam. A da promotora de eventos Sônia Souza, de 27 anos, colecionadora há quatro anos, é assumidamente a chantagem emocional para conseguir mais cromos. "Apelo para o choro", revela ela, que troca figurinhas com o filho, de sete, com o marido e com as amigas. Mas ela também se arrisca a ganhar no bafo ? dar tapas com as mãos para virar as figurinhas. "Estou gostando muito e também é uma maneira de colocar seu lado criança pra fora. A maioria das pessoas tem vergonha. Eu não", diz Sônia. Colecionar o álbum tem um preço O álbum de figurinhas da Copa custa R$3,90 e tem aproximadamente 640 cromos. Cada pacotinho com cinco figurinhas é vendido a R$ 0,75. Se você não comprar mais do que o número de cromos necessário, gastará em torno de R$ 100 reais. Uma alternativa para completar o álbum é comprar as figurinhas que faltam com a empresa responsável no site http://www.panini.com.br/ ou pelo SAC: (11) 3614-1390. O gerente de tecnologia Alexandre Tarifa, de 28 anos, já gastou em torno de R$60 reais e está ansioso para finalizar a missão. Ele coleciona álbuns de futebol desde a Copa de 1990. "A conquista de completar um álbum é individual, mas não chega a ser uma competição. Depois que o campeonato passar, vou guardar o livro e juntar com os próximos que virão", conta ele. Fonte:Uol Por: Adriane Zimerer Publicado em: 8/6/2010

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